O zoólogo Dmitri Isonkin explicou à Voz da Rússia a história incrível da descoberta das capacidades invulgares dessas medusas:
“Na ciência acontece com frequência que as descobertas mais curiosas são realizadas completamente por acaso. O zoólogo italiano Fernando Boero da Universidade de Salento estava realizando uma série de pesquisas com exemplares de medusas da espécie Turritopsis nutricula. Até essa altura, praticamente ninguém se dedicou ao seu estudo porque elas tinham um aspeto muito pouco vistoso e não tinham nada que as destacasse. Quando as pesquisas terminaram, ele partiu de viagem, deixando o aquário com os seus modestos habitantes sem supervisão.
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Turritopsis Nutricula
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lightsup.ru
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Elas nunca irão envelhecer e morrer, pelo menos de morte natural. Elas são capazes de se reconstruírem vezes sem conta. Não conhecem doenças nem a debilidade da velhice… São eternamente jovens e eternamente saudáveis… Quem são elas? O fruto da imaginação de escritores de ficção científica? Não, elas são mais uma criatura da Natureza que refuta todas as suas leis, são uma exceção à regra que talvez nos ajude a aproximar da descoberta do mistério da vida eterna.
Quando Boero regressou, a água do aquário tinha evaporado e os seus habitantes estavam todos mortos. Aqui começa o mais interessante. Boero resolveu estudar os restos mortais das medusas usando o microscópio… Qual foi o seu espanto quando descobriu que elas não tinham morrido! Elas tinham regressado ao estágio de larvas, tendo largado os tentáculos. Foi decidido devolvê-las ao aquário e enchê-lo com água. Passado algum tempo, aconteceu o inimaginável: as larvas “mortas” evoluíram para pólipos e dos pólipos se desenvolveram novas medusas. Assim teve início um novo grande estudo das especificidades do ciclo vital e da regeneração dessas medusas.”
Neste momento, muitos cientistas consideram justamente que os hidrozoários da espécie Turritopsis nutricula são o único organismo à face da Terra capaz de se rejuvenescer de forma autônoma. Elas são capazes de executar esse ciclo infinitamente, o que as torna praticamente imortais. Claro que ninguém excluiu as ameaças que representam os seus predadores naturais. Mas essas medusas podem realmente viver eternamente e, em certas condições, podem afetar o equilíbrio dos oceanos, representando uma ameaça real.
Mas por enquanto os cientistas só estão preocupados com uma questão: como usar essas pequenas criaturas para criar a “pílula da vida eterna”? É uma pergunta tentadora e que tem ocupado as mentes humanas ao longo de muitos séculos. Quem sabe, talvez estas medusas minúsculas sejam a tal pedra filosofal que irá oferecer às futuras gerações a tão desejada imortalidade.
Fonte: Voz da Rússia
:o será???
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